18/11/2008

O Pensamento

1. O pensamento e a construção diante da razão.

A racionalização desvia a atenção da emoção para atividades banais do ser. Não que o texto tenha uma proposta ultra-budista, ma deve-se ter em mente as dificuldades que um ser humano tem de desacreditar de sua razão, principalmente quando esta carrega sua vida.

Boa parte das vivências diárias exige uma troca emotiva com os objetos que fazem parte de nossa vida. Não importa se as relações são de ódio ao objeto, ódio a si mesmo através do objeto ou amor, ou culpa, vice-versa. Além das trocas emotivas, somamos a esta uma boa pitada de racionalização, servindo para entender e explicar os fenômenos de relações com os objetos.

Até então, tento descrever o que seria “normalizado” no dia-a-dia. Mas, imagine-se um indivíduo que não se “permite” relacionar com os objetos, principalmente com os objetos de amor? O exemplo seguinte (fictício) vai deixar a colocação um pouco mais clara:

“George gostava de uma garota da escola, mas era tímido demais para expressar seus sentimentos. Toda a vez quando seus amigos lhe lembravam da situação com a garota, George ficava puta ansioso. Mas olha que aparece uma oportunidade de dançar com a garota no baile de primavera da escola. Ele é convidado por ela, mas no dia do baile George tem um ataque de febre e acaba preso numa cama de hospital por causa de uma pressão alta, justamente no horário da dança tão esperada por três semanas.

Diante do problema os amigos lhe perguntam se ele teria coragem de chegar para ela e falar o que sente. O nosso coitado responde que não tem como faze-lo e ainda completa dizendo que “imagina se ela me dá um não na cara” “imagina se ela sai correndo e nunca mais fala comigo, olha aí, então, tudo o que construí com ela vai por água abaixo só por causa de uma frase idiota: é muito melhor que eu esteja com a amizade dela do que a negação.”

2. A Neurose Obsessiva

A racionalização, explanada acima, é um dos grandes mecanismos de defesa para um obsessivo. Nada melhor do que pensar muito e não sentir nada, é como se fosse um dos lemas deles. No caso, sentir é se relacionar e se relacionar é abrir a porta para a morte, já que a relação é inaceitável. Parece um pouco psicótico, não? Mas é preciso recordar que isto aqui está num grau muito pequeno. Já a psicose é um distúrbio muito “pesado”, vamos dizer assim:

“George nunca tenta,

George nunca briga,

George sempre se cala,

George tem medo de mudar o mundo, mesmo se considerando um adolescente,

Teme que os outros interpelem algo que ele fez

Sempre quer passar despercebido pelas situações, então, anda pelas ruas como se não fosse visto por ninguém

George, simplesmente, está morto e não sabe.

George tem o DESEJO de estar morto

Mas tem a VONTADE de se passar despercebido pelo mundo.

George é um suicida passivo e não sabe.

Triste, eis uma das linhagens da Neurose Obsessiva.”

3. Os obsessores.

Tratam-se de espíritos que, ao longo das diversas vidas passadas, numa delas, fizemos algo em que prejudicou dramaticamente suas vidas (permita-me a ambigüidade) e hoje retornam para se vingar. Parece mais filmes de bang-bang mas é muito pior do que uma bala na testa. Não provei, mas pessoas ligadas a mim e a vocês, com certeza, já passaram por isso.

O espírito obsessor obtém sua satisfação através do movimento de “sugar” as energias vitais presente na vida da “vítima” Fazendo que o indivíduo não mais se encontre ou nem forme sua identidade. Acredito eu que os espíritos obsessores encontrem suas vítimas antes mesmo do nascimento. Como se a função dos dois agora fosse encontrar uma saída para o perdão, então, um reencarna para “salvar” algo na relação entre os dois a partir de uma situação inusitada ocorrida no âmbito terrestre. Duas vertentes poderiam surgir facilmente: ou a vítima morre sozinha e isolada, talvez até com traços pesados de psicose esquizofrênica (o qual lembra muito o sintoma de isolamento tendencioso) e, com esta situação, o espírito obsessor consegue sua vingança (a relação perde o sentido de existir e o espírito obsessor pode se enxergar de todo o ódio e viver sozinho o seu inferno, que na verdade, o que fez foi transferir toda a sua esquizofrenia de vida para uma vítima como mecanismo de defesa contra o encontro com o espírito morto que é) ou, de outro jeito, a vítima pode passar por uma situação em que ambos possam se perdoar mutuamente (perdoem o pleonasmo, mas é necessário).


Baixe aqui o texto


Agradecimento: Ao companheiro Caba (Washington) por nos enviar este texto.

3 comentários:

  1. As coisas que buscamos são realmente pequenas dentro daquilo que somos capazes de buscar. Quantos iguais ao George se contentam com as migalhas? Não falo das migalhas materiais, falo das migalhas da felicidade. Ele demonstra que não consegue enfrentar uma situação que pode fazê-lo ainda mais feliz, mas prefere o pouco.

    Vamos ter coragem.

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  2. Parabéns pelo texto, Caba! Valeu pela contribuição.
    Um detalhe, os obsessores não são necessariamente espíritos com quem temos alguma dívida no passado, pode ser qualquer um que esteja no mesmo nível de sintonia e conscientemente ou não queiram nos desequilibrar. nós somos tão facilmente obsediados que muitas vezes são eles próprios que nos dirigem, já diziam os espíritos no LE.

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  3. Clarissa, obrigado pela correção. Mas, ainda me vem uma questão. Para mim existe uma causa aparente para que o estírito no mesmo nível ou não de sintonia, queira e consiga nos desequilibrar, consciente ou inconscientemente. Por isso, não consigo colocar a questão como "qualquer espírito". Infelizmente ou felizmente, ainda sou adepto de Fritjof Capra, que diz, inclusive muitos outros, que o acaso não existe.

    O que é que você/ou outros acha(m) disso? Estou me equivocando?

    Caba.

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